terça-feira, 4 de setembro de 2012

Peixes

Ostheichthyes (peixes ósseos), hoje divididos em Actinopterygii (peixes com nadadeiras raiadas, que são a maioria das espécies), os Actinistia (celacanto) e os Dipnoi (peixes pulmonados, como a pirambóia). Estes dois últimos (Actinistia e Dipnoi) compreendem, na classificação tradicional, os Sarcopterygii, peixes com as nadadeiras carnosas.
Os primeiros peixes, representados pelos já extintos ostracodermos, peixes Agnatha (sem mandíbulas) surgiram, provavelmente no Cambriano. Acredita-se que os dois grupos atuais mais importantes, Chondrichthyes e Osteichthyes, surgiram no final do Devoniano e final do Siluriano respectivamente.
Os peixes apresentam tamanhos e formas variados como o tubarão-baleia, o maior peixe conhecido, o gobião das Ilhas Filipinas com cerca de oito milímetros de comprimento, e os peixes de aspectos incomuns, como o cavalo-marinho e o peixe-morcego. A maioria das espécies de peixes são marinhas, embora existam muitas espécies de agua-doce. Os peixes toleram grandes variações de temperatura, sendo que algumas espécies podem sobreviver em fontes termais de 42° C enquanto outras podem viver em ambientes com temperaturas próximas a da congelação.

Crânio e Nadadeiras

Nos Agnatha, lampréias e feiticeiras, o crânio é cartilaginoso. A boca é circular e sugadora, formada por um disco de sucção que pode ou não apresentar estruturas semelhantes a dentes.
Os Chondrichthyes e Ostheichthyes apresentam mandíbulas, maxilas superior e inferior, que se formam a partir do primeiro arco branquial ou mandibular. A maxila superior é conhecida como cartilagem palatoquadrada e a maxila inferior, como cartilagem de Meckel. Nos tubarões e nas raias a maxila superior está frouxamente ligada ao crânio e é sustentada na sua porção posterior por um elemento do segundo arco, ou arco hiomandibular.
Nos Osteichthyes, existe um grau de ossificação muito variável. Nos esturjões, por exemplo, o condocrânio apresenta-se muito pouco ossificado, já nos peixes ósseos superiores, os ossos dérmicos são muito numerosos e formam uma couraça em volta do crânio. Neste grupo muitas partes do condocrânio foram substituídas por numerosos ossos nas regiões ótica e occipital.
O osso dental, que possui dentes, ocupa a superfície anterior e dorsal da mandíbula. A cabeça da cartilagem de Meckel pode ser substituída pelo osso articular que faz a articulação com o quadrado.

A maioria dos peixes apresenta nadadeiras peitorais e pélvicas pares, bem como, nadadeiras caudal e medianas ímpares. As nadadeiras caudais, apresentam quatro formas mais comuns, como mostra a figura abaixo.
A nadadeira protocerca é típica dos ciclóstomos, e a dificerca, ocorre nos dipnóicos. Nestes dois tipos de nadadeira o esqueleto axial estende-se quase até a extremidade. A nadadeira heterocerca é encontrada nos esturjões e nos tubarões. Nesta forma a extremidade posterior do esqueleto axial termina num grande lobo dorsal, abaixo do qual existe um pequeno lobo ventral. Finalmente, temos a nadadeira homocerca, onde os raios são distais ao esqueleto axial e os lobos dorsal e ventral são simétricos. Esta forma é típica da maioria dos peixes ósseos.
Nos peixes Sarcopterygii (hoje separados em Actnistia e Dipnoi) as nadadeiras são do tipo carnosas. Esta característica estava presente nos Acnistia primitivos e hoje permanece na única espécie vivente deste grupo, o celacanto. Segundo estudos de anatomia comparativa, análise filogenética, bem como demais métodos comparativos, acredita-se que este grupo seria antepassado dos primeiros tetrápodos.
Como mostra a figura abaixo, podemos ver que certos elementos ósseos da nadadeira peitoral dos crossopterígeos sâo muito semelhantes aos respectivos elementos ósseos dos membros dos tetrápodos, indicando uma possível homologia.

Em A temos a representação da nadadeira peitoral de um Actinistia ou Crossopterygii (celacanto), e em B, temos a representação do membro anterior de um anfíbio fóssil primitivo. Pode-se perceber a semelhança de certos componentes ósseos (h, úmero; r, rádio e u, úlna) entre os dois grupos, corroborando uma hipótese de parentesco entre os dois grupos.

Sistema Circulatório

O sistema circulatório dos peixes, com exceção dos dipnóicos, é simples; apenas o sangue não-oxigenado passa pelo coração, sendo depois bombeado para as brânquias, onde é oxigenado e distribuído para o corpo. O coração possui quatro câmaras, mas apenas duas delas, o átrio e o ventrículo correspondem às quatro câmaras dos vertebrados superiores.

Sistema Respiratório

A respiração dos peixes é feita pelas brânquias internas que se desenvolvem a partir de uma série de evaginações da faringe. A água entra pela boca passa pelas fendas branquiais, onde o oxigênio é captado, e sai para o ambiente externo.

Sistema Excretor

O sistema excretor dos peixes, como dos outros vertebrados, regula o conteúdo de água do corpo, mantém o equilíbrio salino adequado e elimina os resíduos nitrogenados resultantes do metabolismo protéico no caso a amônia (Nh2). O rim funcional dos peixes é do tipo mesonéfrico, formado por uma série de túbulos renais.
Cada túbulo é enrolado, tanto na porção proximal como na distal, e dirige-se para um ducto coletor longitudinal comum, o ducto arquinéfrico, que se comunica com o meio exterior pela cloaca. A porção proximal de cada túbulo termina na cápsula de Bowman que contém um enovelamento vascular do sistema circulatório, chamado de glomérulo. A cápsula e o glomérulo juntos formam o corpúsculo renal por onde passam a água os sais e produtos de excreção, da corrente sangüínea para fora do corpo.

Sistema Nervoso

No sistema nervoso dos peixes o telencéfalo tem função olfativa. Os hemisférios cerebrais são pouco desenvolvidos e são formados por uma massa ganglionar basal chamada corpo estriado e por uma fina camada epitelial, dorsal, conhecida como palio, o qual nos vertebrados superiores irá formar o cérebro (massa cinzenta). O diencéfalo nos peixes origina o tálamo, o centro de relés para impulsos olfativos e visuais. Do diencéfalo surgem duas estruturas medianas; anteriormente surge o corpo parietal, e na região posterior, o corpo pineal. Nos ciclóstomos existem as duas estruturas, enquanto que na maioria dos peixes ocorre somente o corpo pineal.
O mesencéfalo dos peixes é o centro de coordenação nervosa. Esta estrutura desenvolve a partir da região dorsal dois lobos ópticos. O metencéfalo da origem ao cerebelo, o centro de coordenação muscular, sendo mais desenvolvido nos tubarões, peixes de movimentos muito rápidos. O mielencéfalo forma o bulbo do encéfalo, que, em todos os vertebrados está relacionado com os centros de atividades vitais, como a respiração, batimento cardíaco e metabolismo. Nos peixes esta região é o centro do sistema da linha lateral e do ouvido interno. Da mesma maneira que os anfíbios os peixes possuem 10 nervos cranianos.

Reprodução

Quanto ao aspecto reprodutivo dos peixes, sabemos que os Ciclóstomos (Petromyzontoidea e Myxinoidea), são hermafroditas, caso raro entre os vertebrados e mesmo entre os peixes modernos, onde 13 famílias dos Actinopterygii (peixes ósseos), apresentam esta condição. Os peixes cartilaginosos e os peixes ósseos apresentam gônadas pares, sendo os sexos separados. A fecundação na maioria dos peixes é externa. Nos Chondrichthyes (tubarões e raias) a fecundação é interna. O macho apresenta um órgão copulador na parte interna de cada nadadeira pélvica, denominado de clásper, que é sulcado medianamente. Quando estes são colocados juntos, formam um ducto em continuação com a cloaca, por onde saem as células germinativas.



Fonte: www.biocomputer.vilabol.uol.com.br

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